Poemas...

Poemas...
...nossas vidas não nos pertencem, e o que era biônico ontem é biônico hoje, no Pacote, não de Abril, mas de Janeiro a Dezembro. Mesmo assim tenho que vestir as vestes opacas do Estado, de chorar lágrimas de crocodilo, de fofocar sobre a ascensão de mais uma oligarquia, de ouvir menos Rachimaninov e curtir mais a tal Folia, e o mais cruel de tudo: resignar-me com a soberania do veredicto... (Anderson Costa)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

2.


Ó coaxante crueza em mim recém-nascida,
a tua nomenclatura é foco de vis moscas,
é foco, outrossim, de memórias parricidas
ó crueza coaxante de epopeias meio roucas.
Ó prostituídas eticéteras, ó ser reumático,
às cerimônias semestrais fervem-lhes iminentes
prematuros atos, até mesmo o pós-traumático
fétido vômito, ó minhas solas tetas, ó meu nutriente.
Ó dor crônica de procedência: “Made in Brazil”,
correligionária assídua de atípico insinuado
a parir, sem o querer, o enfeitar de algum til,
logo após abortar, e não sendo o culpado,
o suposto arcabouço de um menino viril
e a prostrada prótese do meu ser assolado.

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