Poemas...

Poemas...
...nossas vidas não nos pertencem, e o que era biônico ontem é biônico hoje, no Pacote, não de Abril, mas de Janeiro a Dezembro. Mesmo assim tenho que vestir as vestes opacas do Estado, de chorar lágrimas de crocodilo, de fofocar sobre a ascensão de mais uma oligarquia, de ouvir menos Rachimaninov e curtir mais a tal Folia, e o mais cruel de tudo: resignar-me com a soberania do veredicto... (Anderson Costa)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

1.


Ó chão mumificado de pouca utilidade,
ainda não descobrir o porquê das misérias,
nem tampouco o bolor e o sabor das idades
a sabê-las afins o genitor das matérias,
engulhando à revelia o que fora debalde
o regresso antiquado do que não fora velha,
mas o que, na mesmice, não compete à saudade,
ao escarro indecente e ao progresso da guerra.
Ademais, foste ao nada o tardar do ofício,
e com ele o Deus novo e a teoria de um ateu,
assim como o empanar de um velhaco orifício,
assim como o furtar do que não era meu,
com a ojeriza de um ato legal tão ilícito
na escritura do débito de um tal Fariseu.

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