Poemas...

Poemas...
...nossas vidas não nos pertencem, e o que era biônico ontem é biônico hoje, no Pacote, não de Abril, mas de Janeiro a Dezembro. Mesmo assim tenho que vestir as vestes opacas do Estado, de chorar lágrimas de crocodilo, de fofocar sobre a ascensão de mais uma oligarquia, de ouvir menos Rachimaninov e curtir mais a tal Folia, e o mais cruel de tudo: resignar-me com a soberania do veredicto... (Anderson Costa)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Suplício


Ó meu costume afano
de tirar-lhe os sujos panos
da coberta vã ferida.
Meus ossos são de iodo
no turbo de um teu outro,
em ofício de rapariga.

Ó dias e noites já idas,
não esqueçam-se das minhas
oferendas não dadas,
dos meus dízimos em centavos,
das orações que te pago
pra poderes cumpri-las...

...ó coice que me quebra,
ó foice que me verga
aos corações engavetados.
Por que me pões nu
no alheísmo deste u,
em outro gozo apergaminhado?

Ó poros que me unem
à vagina, à um hímen,
fechando-me ao desprazer,
conquanto em minha pátria
inexiste a tal Pasárgada
deste irredutível ser.

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