Poemas...

Poemas...
...nossas vidas não nos pertencem, e o que era biônico ontem é biônico hoje, no Pacote, não de Abril, mas de Janeiro a Dezembro. Mesmo assim tenho que vestir as vestes opacas do Estado, de chorar lágrimas de crocodilo, de fofocar sobre a ascensão de mais uma oligarquia, de ouvir menos Rachimaninov e curtir mais a tal Folia, e o mais cruel de tudo: resignar-me com a soberania do veredicto... (Anderson Costa)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

43.


Sem utilidade pública, o meu ser não lhe apetece,
enquanto é vigente a varíola das moscas
com a utilidade a ser dor que arrefece
insanos malogros como foram-me moças,
do fisco aos fieis na ojeriza das preces
ao impávido colosso de nação feito sócia,
ó mau capital que entorpece as espécies
de porcas auroras no viés de uma fossa.
Sem utilidade, são-me em vãos os meus prognósticos
e as genitais femininas em um só diagnóstico
dos cetáceos a ser do organismo o sangue.
Sem utilidade é o doar de pouca oferenda,
apesar do ser sê-la o digerir da merenda
embrulhada na toga e o vestir de algum mangue.

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