Poemas...

Poemas...
...nossas vidas não nos pertencem, e o que era biônico ontem é biônico hoje, no Pacote, não de Abril, mas de Janeiro a Dezembro. Mesmo assim tenho que vestir as vestes opacas do Estado, de chorar lágrimas de crocodilo, de fofocar sobre a ascensão de mais uma oligarquia, de ouvir menos Rachimaninov e curtir mais a tal Folia, e o mais cruel de tudo: resignar-me com a soberania do veredicto... (Anderson Costa)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

SONETO


Mesmo estando sobre um amor enfadonho
todos os meus dogmas e a minha agonia,
resta o restar do somente medonho:
negro sangrar que decerto não vira;
restam os víveres de sonâmbulos sonhos
sendo a coragem de curtas covardias
e o que do resto em mim mesmo não ponho:
todo o explicar de uma cosmogonia.
Até sem sabê-la gritarei aos humanos
os muitos gritares em mim patologia,
sabendo-a guia de costumes afanos,
sabendo-a fruto de modesta ufania
assim como restos de trapos e panos
cerzidos à moda de impura madrinha.

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