Poemas...

Poemas...
...nossas vidas não nos pertencem, e o que era biônico ontem é biônico hoje, no Pacote, não de Abril, mas de Janeiro a Dezembro. Mesmo assim tenho que vestir as vestes opacas do Estado, de chorar lágrimas de crocodilo, de fofocar sobre a ascensão de mais uma oligarquia, de ouvir menos Rachimaninov e curtir mais a tal Folia, e o mais cruel de tudo: resignar-me com a soberania do veredicto... (Anderson Costa)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

51.


Dos homens, eu fui o vício e as chacotas,
não sendo o véu e a grinalda do gozo
quando fui sendo o grátis da amostra
ou a gorjeta em pó de duro osso.
No fim do dia, enfim, de umas patotas,
fui só o arquétipo de anêmico rosto
não mesmo sendo o negro dessa cota,
eu fui risível e afim de insano gosto.
Das bizarrices eu fui até recruta
de uns fartos seios, embora de uma puta,
ranzinza eu fui crescendo anos a fio.
Anos a fio só fui sendo o bastardo,
algo ilegítimo a ser banal e amargo
junto á boca em sova de dois filhos.

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